Muito se acredita que quanto mais água um praticante de
atividade física ingerir durante seus exercícios é melhor. Contudo, esse
pensamento pode não estar totalmente correto. Pelo contrário, pode até
apresentar riscos para a saúde dos atletas.
Segundo MACHADO et
al. (2006), o excesso de hidratação pode acometer um atleta de
hiponatremia (baixa concentração de
sódio). Na maratona de Boston de 2002 aproximadamente
13% dos participantes apresentaram esse quadro, sendo que 3 deles chegaram a
patamares tão baixos que correram risco morte. Nessa mesma maratona muitos
atletas beberam quantidades tão excessivas que se observou até aumento de peso
corporal ao final da prova desses indivíduos.
Os autores ainda alertam que algumas pesquisas mostraram que
a função renal pode ter uma diminuição de 20% até 60% durante exercícios
físicos. Dessa forma, eles sugerem que a queda da função hepática aliada a
grande ingestão de líquidos durante a atividade pode gerar a hemodiluição e
assim, deslocamento do excesso de água para o espaço intracelular, que pode ser
fatal.
Então qual a quantidade de líquidos os atletas devem ingerir
durante os exercícios físicos?
Alguns estudos apontam para a sede como resposta para essa
pergunta. Ainda segundo MACHADO et al.
(2006), “Parece-nos coerente que a ingestão de acordo com a sede seja suficiente
e mais adequada, pois acreditamos que o sistema nervoso central seja capaz de
indicar corretamente o volume de fluido a ser ingerido, a partir de informações
por ele integradas sobre todas as demandas do organismo. Além disso, é importante
considerar o desenvolvimento do mecanismo da sede como parte do processo evolutivo
do ser humano, o qual desenvolveu ao longo do tempo mecanismos diferenciados e perfeitamente
integrados para regular o volume e a osmolalidade plasmática, assim como a sua
temperatura corporal.”
Dessa forma, é importante que cada praticante respeite sua
sede como um dos parâmetros para hidratação durante exercícios físicos.
Bibliografia:
MACHADO et al. Hidratação
durante o exercício: a sede é suficiente? Revista
Brasileira Medicina do Esporte _ Vol. 12, Nº 6 – Nov/Dez,
2006
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